ENTRE... LIVROS

Fevereiro 13 2013

 

Qualquer motivo é bom para ler poesia!

Muitos escritores portugueses e poetas populares expressaram os seus sentimentos amorosos em poemas de grande beleza.

 

Aqui ficam alguns.

 

                                                                                                                                                                        

Foi um momento 
O em que pousaste 

Sobre o meu braço, 
Num movimento 
Mais de cansaço 
Que pensamento, 
A tua mão 
E a retiraste. 
Senti ou não?                                                                                                                                 


Não sei. Mas lembro 
E sinto ainda 
Qualquer memória 
Fixa e corpórea 
Onde pousaste 
A mão que teve 
Qualquer sentido 
Incompreendido. 
Mas tão de leve!... 

Tudo isto é nada, 
Mas numa estrada 
Como é a vida 
Há muita coisa Incompreendida...

 

Sei eu se quando 
A tua mão 
Senti pousando

Sobre o meu braço,

E um pouco, um pouco,

No coração,

Não houve um ritmo

Novo no espaço?

 
Sem o querer,

Em mim tocasses 
Para dizer 

Qualquer mistério, 
Súbito e etéreo, 

Que nem soubesses 
Que tinha ser
.

 

Assim a brisa 

Nos ramos diz 
Sem o saber 

Uma imprecisa 
Coisa feliz
.

 

Fernando Pessoa in Cancioneiro

 

Tens um livro que não lês, 

Tens uma flor que desfolhas;

Tens um coração aos pés

E para ele não olhas.

O guardanapo dobrado 

Quer dizer que se não volta

Tenho o coração atado

Vê se a tua mão mo solta.

 

Fernando Pessoa, Quadras ao gosto popular

 

Olhos Negros

 

                                                                                                                                

 

Por teus olhos negros, negros,
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores...
E eles a dizer que não.  

 

E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são;
Que os azuis dão muita esp'rança
Mas fiar-me eu neles, não.

Só negros, negros os quero;
Que, em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim...
Nunca mais dizem que não.

Almeida Garrett in Folhas Caídas e Outros Poemas

 

 

Trago dentro do peito

Cidra, laranja, limão;

Para trazer toda a fruta

Falta-me o teu coração.

 

Se a oliveira falasse,

Ela diria o que viu,

Debaixo da sua rama

Dois   amantes encobriu.

Nas ondas do teu cabelo

Vou-me deitar a afogar:
  É para que saibas amor,
  Que há ondas sem ser no mar.

 

A carta que eu te escrevo
  Sai-me da palma da mão
  A tinta sai dos meus olhos
  E a pena do coração.

 

Cartas de amor são mentiras
  E amores mentiras são; 
  Mentira foi teu amor
  Que enganou meu coração.

 

 In Cancioneiro Popular

Amar!
 
  Eu quero amar, amar perdidamente!
  Amar só por amar: aqui... além...
  Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
  Amar! Amar! E não amar ninguém!
 
  Recordar? Esquecer? Indiferente!...
  Prender ou desprender? É mal? É bem?
  Quem disser que se pode amar alguém
  Durante a vida inteira é porque mente!
 
  Há uma primavera em cada vida:
  É preciso cantá-la assim florida,
  Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
 
  E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
  Que seja a minha noite uma alvorada,
  Que me saiba perder... pra me encontrar...
   
  

Florbela Espanca

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sugestão:

Depois de leres algumas destas quadras ao gosto popular, escolhe uma de que gostes, copia-a para uma folha branca, ilustra-a a teu gosto…e entrega-a na biblioteca até ao dia 28 de fevereiro. 

publicado por Biblioteca às 08:57

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