O livro que te propomos neste mês é A Perola, de John Steinbeck.
Sinopse
«Baseada num conto popular mexicano, A Pérola constitui uma inesquecível parábola poética
sobre as grandezas e as misérias do mundo tão contraditório em que vivemos.
É a história comovente de uma pérola enorme, de como foi descoberta e de como se perdeu…
levando com ela os sonhos bons e maus que representava,
mas é também a história de uma família e da solidariedade especial entre uma mulher,
um pobre pescador índio e o filho de ambos.»
John Steinbeck - PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1962
Romancista norte-americano, nasceu em 1902 em Salinas, no estado da Califórnia,
filho de um político influente, tesoureiro público de origem germânica, e de uma professora irlandesa.
Tendo terminado os seus estudos secundários na sua terra natal,
Steinbeck ingressou na Universidade de Stanford.
Aí permaneceu entre 1920 e 1926, estudando Biologia Marinha,
ciência que influenciaria grandemente a sua obra e a sua percepção do mundo,
sem ter, no entanto, chegado a obter o diploma de curso.
Durante estes anos de vida académica, Steinbeck estreou-se como escritor,
publicando alguns dos seus contos e poemas em publicações universitárias.
Colaborou no periódico The American, de Nova Iorque, como repórter.
Entre as suas obras destacam-se, por exemplo: As Vinhas da Ira, 1939 e A Leste do Paraíso, 1952.
Aqui está um pequeno excerto do livro que podes requisitar na biblioteca:
O meu filho há de ler e abrir os livros
[Kino tinha encontrado uma pérola de grande valor e imaginava o que poderia fazer com o dinheiro que a venda da pérola lhe renderia, numa época em que a escolarização não era obrigação mas um privilégio de pessoas com recursos económicos.]
Na pérola via Coyotito sentado a uma carteira numa escola como a que Quino tinha visto um dia através de uma porta aberta.
E Coyotito tinha um casaco vestido, e um colarinho branco e uma larga gravata de seda. Além disso, Coyotito estava a escrever numa grande folha de papel. Kino olhou para os vizinhos, orgulhosamente:
- O meu filho há de ir à escola - disse, e fez-se silêncio entre os vizinhos.
Juana conteve a respiração. Os seus olhos brilhavam ao fitá-lo, e baixou rapidamente o olhar para Coyotito, para ver se aquilo seria possível.
Mas a profecia brilhava no rosto de Kino.
- O meu filho há de ler e abrir livros, e o meu filho há de escrever e conhecer a escrita. E o meu filho há de fazer números, e essas coisas hão de libertar-nos, porque ele há de saber, há de saber e nós havemos de saber através dele.
E na pérola Kino viu-se a si próprio e a Juana acocorados junto do fogo, dentro da cabana, enquanto Coyotito lia um grande livro.
- É isso que a pérola há-de fazer - disse Kino
John Steinbeck A Pérola