Sinopse
História mágica ou filosófica, romance histórico ou de formação, narrativa sobre o tempo ou viagem interior de um jovem alemão honrado e ávido de experiências, este romance envolve e enreda o leitor em teias mágicas que não mais o libertarão, entre a sátira e a seriedade, o humor e a ironia, a luz e o niilismo, numa sinfonia contra-pontística em que liberalismo e conservadorismo, decadência e sublimação, doença e saúde, espírito e natureza, morte e vida, honra e volúpia se sucedem num torvelinho que só a Primeira Guerra Mundial conseguirá dissipar. Quando as fundações da Terra e da montanha mágica começam a tremer, quando o mundo hermético feito de tédio, torpor e exasperação começa a abalar, por acção do trovão e do enxofre, das baionetas e dos canhões, é que o arganaz adormecido esfrega os olhos e começa a endireitar-se, saindo da sua tenaz hibernação, expulso do seu reino e dos seus sonhos, salvo e liberto, depois de quebrado tão longo e mágico encanto.
O autor
Escritor de língua alemã, Thomas Mann nasceu em Lübeck, em 1875, numa família burguesa opulenta, domiciliada naquela cidade do Schleswig-Holstein. Era irmão do notável escritor Heinrich Mann e pai do historiador Golo Mann.
Os desejos de liberdade plena cedo o levaram a manifestar-se em favor do regime republicano e da democracia, dando provas claras desse seu liberalismo no romance Os Buddenbrook, uma análise psico-realista da burguesia decadente, que publicou em 1901, quando tinha apenas vinte e cinco anos, e que lhe conferiu considerável notoriedade no mundo da literatura.
Tendo sofrido influência da filosofia de Nietzsche (1844-1900) e de Schopenhauer (1788-1860), Thomas Mann revela-se, de modo especial, como romancista de caracteres doentios e decadentes, e passa a ser considerado como mestre do romance psicológico e da novela psicológica.